quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Vestimenta e paramentos. Os guias necessitam?

Pode ser que causaremos polêmica nessa postagem mas, vendo alguns vídeos na internet, percebemos o quanto queremos materializar entidades e Orixás a ponto de, alguns perderem a noção e o limite entre o que é físico e espiritual.
Quando falamos de Orixás, falamos de seres encantados, falamos de espíritos que nunca ocuparam um corpo físico. Suas lendas são formas que nossos ancestrais encontraram, sejam por intuição ou mensagem divina para demonstrar, fisicamente, o papel desses seres em nossa Terra.
Vento não tem forma, ar não tem forma, pingo de chuva não se pega com a mão, o mar não se condensa, fogo não se guarda... assim, nossos queridos ancestrais, traduziram todo esse poder da natureza através dos Orixás na forma de homens para nos mostrar a coragem, o poder e a ira e, de mulheres para demonstrar a força, o amor, a maternidade...
Por se tratarem de seres encantados, sem forma, nem rosto, nem cor, os sábios ancestrais os criaram a nossa semelhança, definindo cores, objetos, características das vestimentas, tudo baseado nos seres vivos. O objetivo disso era nos aproximar e nos familiarizar com forças tão divinas.
Agora eu vos pergunto: 
"Existe diferença na imantação desses Orixás num médium que está vestido de determinada forma?"
"Se o médium incorporar um Orixá e não tiver as "ferramentas" adequadas o Orixá simplesmente vai embora?"
Claro que não! O apego físico é do médium. É ele, ou melhor, somos nós todos, médiuns, assistentes, pais e mães de santo que associamos os paramentos, que os colocamos fisicamente em nossa vidas.
Está errado? 
Depende do quanto isso é exigido.
Vamos a um exemplo mais simples e que encontramos diariamente em nossos templos de umbanda.
Quem não acha lindo um Caboclo usar seu cocar de penas?
Quem não admira as capas usadas pelos Exús e Bombogiras?
Quem nunca viu um baiano ou um boiadeiro usar chapéus, lenços e outros paramentos?
Agora pergunto novamente:
"Se não houver nada disso, nem cocar, nem capa, nem chapéu, o guia deixará de vir?"
Quem nunca se consultou com um guia maravilhoso e o médium estava somente com sua roupinha branca.
Ora queridos irmãos de fé, se a própria fé é algo que não tem forma por que, para acreditarmos nos Guias e Orixás precisamos torná-los físicos?
Claro que é lindo quando vemos um Orixá vestido, usando suas ferramentas e paramentos, claro que identificamos rapidamente um caboclo quando se coloca o cocar no ori do médium mas, se não tiver nada disso em nada modificará a força e o poder dessas energias que, em nada se assemelham com nós.
Mesmo os guias, que já foram seres terrenos, ao aceitarem a condição de se tornarem entidades de luz, desapegam de todo e qualquer vínculo físico.
O alimento dos seres encantados e espíritos é a fé!
O verdadeiro médium não se preocupa em estar chamando a atenção dos demais com lindas roupas, paramentos e adornos pois ele está envolvido de sentimento, de fé e de amor para que seu corpo seja instrumento de comunicação entre as pessoas e entidades.
O espírito, por sua vez, não está preocupado em como o médium estará vestido e se tem ou não um cocar ou um chapéu pra ele usar... ele quer alguém que tenha se guardado para aquele momento, que esteja presente de coração e feliz por ser esse instrumento de comunicação.
Enfim, pensemos mais em nosso compromisso espiritual do que em nossa vaidade.
Axé a todos!
By Selmi 

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