Na condição de médium não importa quanto tempo estamos praticando a religião, sempre temos dúvidas.
No começo as dúvidas dão conta da incorporação em si e do grau de consciência, durante o transe.
Pra essa questão, falamos com toda tranquilidade que muitos médiuns são conscientes ou semi conscientes em todas as etapas da vida mediúnica e isso não tira a credibilidade da incorporação, da entidade e do próprio médium.
Existe sim a inconsciência no transe mediúnico mas em menor quantidade.
Esse assunto se tornou tabu no meio pois, se o médium ou o líder religioso assumisse sua consciência durante a incorporação poderia causar desconfiança diante aos demais, tanto dentro do terreiro como aos consulentes.
Existe sim a inconsciência no transe mediúnico mas em menor quantidade.
Esse assunto se tornou tabu no meio pois, se o médium ou o líder religioso assumisse sua consciência durante a incorporação poderia causar desconfiança diante aos demais, tanto dentro do terreiro como aos consulentes.
Entendam que essa condição não desprestigia em nada o médium desde que ele seja uma pessoa íntegra e discreta.
O que acabará com a confiança de alguém junto a determinada entidade é o comportamento do médium que incorpora.
O que acabará com a confiança de alguém junto a determinada entidade é o comportamento do médium que incorpora.
Então, aos médiuns iniciantes, podemos dizer que fiquem tranquilos em suas manifestações mediúnicas, não há fingimento quando há entrega... e confie em quem estiver cuidando de voces nesse início da jornada. O pai ou mãe de Santo, a entidade chefe que estiver no comando, nessa fase, saberá doutrinar e ensinar.
O que podemos orientar nesse início é que não fiquem pensando nisso durante os toques de chamada das entidades.
Reportem-se ao ambiente daquele guia que está sendo chamado, esvazie sua mente dos fatores externos e se vincule somente ao som dos atabaques, as cantigas e as saudações que estão sendo feitas nesse momento.
O resultado será uma linda imantação mediúnica que, independentemente do grau de incorporação, será percebida por todos os presentes e principalmente pelo líder religioso (pai ou mãe de santo).
Depois dessa fase inicial, vimos muitos médiuns querendo destaque junto aos demais irmãos da casa e, justamente pelo receio de estarem forjando uma incorporação pecam em algumas situações muito recorrentes.
A primeira já é negar ao pai ou mãe de santo a sua consciência.
Negar isso não o fará diferente dos demais e, não convencerá o líder religioso que sabe quando isso acontece.
São as entrelinhas da religião, imperceptíveis aos olhos mas gritantes pra'queles que conduzem os trabalhos espirituais que estão as respostas e não no médium em si.
Outro erro muito recorrente dá conta do médium forçar um comportamento antes, durante e até depois da vinda do guia, como:
Não incorporar na chamada da entidade, esperando que a irradiação fique mais forte;
- Isso só demonstra o desrespeito junto aos demais presentes no terreiro ao pai ou mãe de santo, os tabaqueiros que estão saudando a entidade e festejando a sua vinda.
Já ouviram aquela frase "filho de santo não tem querer?".
Se o pai ou mãe de santo saúda uma linha, imediatamente os tabaqueiros irão cantar, vibrar e tocar para que essa entidade venha. Não cabe ao médium ficar "esperando" o melhor momento, ou uma determinada cantiga. Isso é vaidade pessoal!
O guia é evoluído e respeita todas as regras da casa. Quem não faz isso são os médiuns.
Entendam que a força do seu guia deve ser mostrada por ele, e somente ele sabe exatamente como demonstrar isso... não invada algo que não lhe pertence.
Ainda sobre esse erro, voltamos a falar sobre a chegada e despedida do guia.
Médium vaidoso não deixará sua entidade embora assim que a ordem for dada.
Há quem diga "mas não sou eu, é o guia quem vem e vai embora na hora que quer".
Não é não, queridos irmãos. Os guias, entidades e espíritos evoluídos sabem exatamente quando chegam e quando vão embora de acordo com as ordens daquele que conduz os rituais, os trabalhos.
Muitos de voces já ouviram também cantigas que diz "vai numa gira só" e, quer dizer que, todos os guias ali presentes, irão juntos embora mas, infelizmente vimos que nem sempre essa ordem é respeitada e, nesse momento sabemos que a consciência mediúnica está se valendo da energia mediúnica (que são coisas distintas e percebidas pelo dirigente do templo).
Por isso que a umbanda fala muito em humildade, no sentido oposto da vaidade... a humildade que enobrece, que destaca a pessoa entre os demais e muitos ainda desconhecem esse significado.
Outro exemplo de que a vaidade está acima da mediunidade é quando um consulente vem elogiar ou agradecer o médium por algo que o guia disse ou fez. Nesse caso, somos meros instrumentos e em nada temos crédito por algo que não fizemos. Ao guia cabe o nosso agradecimento pela confiança de usar nossa matéria em prol daquele que está nos agradecendo mas, muitos médiuns esquecem desse detalhe e se portam como seres especiais. Cuidado, essa vaidade afasta o guia. Afinal se nos sentirmos mais especiais do que a própria entidade, não há motivo para que ela venha.
Esperamos que esse texto possa ajudar um pouco àqueles que estão iniciando sua jornada e que possa também causar reflexão àqueles que já estão há algum tempo nessa estrada mas que, as vezes se sente melhor ou diferente dos demais.
Nossa Umbanda é humildade sempre, da vestimenta ao pé no chão, até a consciência de que jamais seremos especiais, ao contrário, somos meros seres devedores que, necessitamos saldar nossas dívidas no astral e contamos com a grandiosa bondade dos Guias de luz para nos ajudar. Cabe a nós aprendermos ou deixarmos essa oportunidade passar.
Um comentário:
Perfeito!
Obrigada por essa Luz que nos guia...
Axé!
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