Cada Terreiro tem suas doutrinas internas, seus rituais, sua conduta e maneiras de dar seguimentos em seus trabalhos. Salve a Umbanda que tem inúmeras possibilidades de caminhar, de se fazer, pela democracia que nossos ancestrais deixaram como legado.
Boa parte dos Terreiros e Templos de Umbanda, encerram suas atividades, após as homenagens à Iemanjá, que em nossa região ocorre no início do mês de dezembro, o que é o nosso caso.
Alguns, fecham seus templos no períodos das festas de fim de ano mas, em janeiro já retornam suas atividades normalmente.
No caso deste Templo, esticamos um pouco mais esse início, porque, temos em nossas doutrinas, rituais de início de ano, que são voltados à Casa e aos filhos de santo.
O primeiro ritual que realizamos é aos Exús pois, entendemos que eles são os trabalhadores da Umbanda; aquela entidade que está mais próxima de nós e que, nos momentos de aflição, estará ao nosso lado, representando o Orixá e nos dando força para seguirmos em frente.
"Sem Exú não se faz nada."
Em seguida, fazemos um ritual aos atabaques que, são os elos de ligação entre nós e o astral. São esses instrumentos que nos liga aos nossos Guias e Orixás; assim, recebem um cuidado todo especial para que possam nos agraciar com seus toques por mais um ano.
Outro ritual que, para nós é fundamental é a limpeza fluídica do Templo pois, durante o ano, recebemos pessoas com as mais variadas energias que são filtradas, enquanto tomam seus passes e, entendemos que, ao adentrarem nas dependências do Terreiro, a pessoa, médium ou assistente, tem que sentir uma energia aconchegante e positiva por isso, realizamos o ritual de limpeza, eliminando as energias negativas e enfatizando as energias positivas.
Feito esses rituais passamos a tratar das energias dos médiuns que irão, por mais um ano, dedicarem à pratica da caridade e cederem seus corpos para seus Guias.
Nesse momento alguns médiuns passam do desenvolvimento para a Gira, onde as energias de incorporação mudam bem como, alguns médiuns passam a ser "de consulta", como chamamos aqueles onde, suas entidades fazem atendimento.
Para cada situação, um ritual específico, fortalecendo o vínculo do médium com sua energia e com as entidades que o escolheu para trabalhar a evolução e caridade.
O retorno dos trabalhos, fazemos na cachoeira, recebendo nossos Caboclos, os chefes de nossos Oris, donos de nossa coroa, encerrando o ciclo de rituais fechados e iniciando os trabalhos voltados à Assistência.
A partir desses rituais, estamos prontos para realizarmos os trabalhos em nosso Templo... para mais um ano de muito axé.
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