Desde o começo do mês de dezembro, inúmeros adeptos das religiões de matrizes africanas, Umbanda e Candomblé e muitos simpatizantes, vão as praias fazerem seus pedidos e agradecimentos à Iemanjá.
Ocorre que, na mesma intensidade da fé que os levam ao mar, carregam na bagagem presentes à Rainha do Mar, que vai de flores até jóias, passando por sabonetes, espelhos, champanhe, barquinhos de madeira e/ou isopor, perfumes, etc...
Infelizmente, todos esses itens, são simplesmente jogados ao mar sem que as pessoas reflitam o quanto isso interferirá no meio ambiente, o quanto os vidros, espelhos, pregos dos barquinhos, os detergentes contidos na composição dos sabonetes, os produtos químicos contidos nos perfumes que são despejados, e somados a grande quantidade de pessoas que fazem isso ao mesmo tempo, no mesmo período pode prejudicar os animais marinhos.
Fora isso, é público e notório o quão lixo fica na beira do mar e na extensão de areia quando o dia amanhece, podendo provocar algum acidente como cortes em razão da quantidade de garrafas quebradas, espelhos quebrados, pregos e outros itens são devolvidos pelas ondas, como devolução de um presente ruim.
Irmãos... somos os representantes das forças da natureza.
Somos os únicos que associam a natureza com energias dos Orixás que a representa.
Como, ainda hoje, com tanta informação, com o mundo sendo devastado pela ignorância humana, nos prestamos a manter uma tradição que em nada agrega os valores reais do bem e preservação da natureza que tanto saudamos e reverenciamos?
Será que não passou da hora de darmos o exemplo de que, como os índios, como nossos ancestrais africanos, tudo que se dá à natureza é tudo que a natureza pode nos devolver?
Será que essa lição ainda não foi devidamente aprendida por nós?
Será que o aquecimento global, a poluição dos rios, a seca dos reservatórios, os espaços dos animais sendo diminuído pela ganância do homem que invadiu e derrubou florestas inteiras não são suficientes para mudarmos de pensamento e principalmente de atitudes?
Que nossa mãe Iemanjá nos perdoe pelo mal que fazemos ao seu lar e aos animais que morrem sufocados pelos plásticos, cortados pelos vidros, deformados por tudo que jogamos em seu habitat.
Que fique a reflexão... que mudemos de atitudes.
Odociaba Iemanjá!
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